quinta-feira, 22 de abril de 2010

Carnaval: diversão e fuga

A maior festa popular mundial de que se tem notícia é, sem dúvida, o Carnaval brasileiro.
No período oficial de seis dias corridos, iniciado numa Sexta-feira e findo na Quarta-feira seguinte (de Cinzas), o Brasil pára e dá passagem aos foliões. O Rei Momo passa a ser “o cara”: aquele que comanda a folia; que tem acesso livre em Clubes, Escolas de Samba e na Avenida; que tem a atenção da imprensa. O Carnaval movimenta milhões de reais e se mostra luxuoso nas ruas das grandes cidades brasileiras, com desfiles de fantasias e carros alegóricos fantásticos. Turistas de todo o planeta vem ao Brasil para curtir o Carnaval, que é a maior festa do planeta e que tem sua alma nas classes sociais menos favorecidas.
Esta folia não é gratuita: paga-se muito bem pelo ingresso aos sambódromos; paga-se muito bem pela fantasia, para desfilar na avenida. Mas, então, como se explica que as classes sociais menos favorecidas sejam a alma do evento? Como conseguem conciliar suas necessidades básicas com este gasto? Acredito que a resposta esteja na necessidade, cada vez maior,  que  uma grande parcela  da  população tem em ser “compensada” por conta de atribulações que enfrenta. Neste sentido, creio que o Carnaval é uma das maiores "compensações" existentes. É o evento que mistura a descontração e a alegria com sentimentos de permissividade, de desforra. Entendo que o sentimento que resume tudo é o de que "todos temos direito a um lugar ao sol. A vida não é só luta, sofrimento, opressão, miséria, desgosto. Agora é hora de ir à forra, de extravasar". Particularmente, não comungo com este sentimento, mas é inegável que está presente na maioria dos foliões. 
Pelo Carnaval, por exemplo, milhares de pessoas abrem mão, durante o ano, de se alimentarem melhor, de se vestirem melhor e cuidarem melhor da saúde. O foco é a confecção e o desfile de uma fantasia. No Carnaval muitas pessoas realmente se permitem “extravasar”, "ir à forra". Estes sentimentos ficam potencializados com o alcoolismo e as drogas, aumentando, assim, os riscos de violências.
Por isto, entendo que todo o contexto carnavalesco vira adubo de primeiríssima qualidade à falta de bom senso, à hipocrisia, à inversão de valores, FICANDO COM UM NÚMERO BEM MENOR DE PESSOAS A SABEDORIA DE BRINCAR SADIAMENTE: DE DESCONTRAIRE E SE ALEGRAR, SEM SE VIOLENTAR.

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